Abrindo o coração

Estive pensando em escrever alguma coisa sobre a chegada da Sofia, mas ainda não tinha nenhuma inspiração. Porém, hoje twittando por aí, recebi uma mensagem do Pr. Purin Junior que me fez pensar, "Por que às vezes você tem tanto a dizer e as palavras não fluem na escrita?". Enfim, busquei a inspiração para transmitir em palavras as sensações e as percepções trazidas pela cegonha, mas ainda sem sucesso. Ainda twittando, recebi uma mensagem do Ariovaldo Ramos que dizia "Bebes recem nascidos nos enchem de alegria e esperança", completo essa máxima dizendo que ela é totalmente verdadeira. Alegria e esperança, sentimentos que não caminham juntos naturalmente, mas que se convergem no ato, no advento do nascimento.
Sofia chega trazendo alegria, muita alegria. Finalmente, eu e Sá, depois de um longo e tenebroso inverno em nossas vidas temos um refrigério, uma alegria inconfundível, incomparável e imensurável, que enche os nossos olhos de lágrimas, que nos lavam a alma e renovam as nossas forças. De fato, "a alegria do Senhor é a nossa força", é isso que nossa "pequena Sabedoria" trouxe, a alegria, ela personifica o que há de puro e belo, sincero, singelo, existente na alegria. Pessoalmente vivi muitas alegrias em minha vida, muitas paixões, muitas negociações sentimentais que foram muito mal-sucedidas, porém, quando olho pra Sofia e vejo em seus olhos a pureza de uma criança que aprende com os nossos gestos, que ainda não tem noção do que é o papai ou a mamãe, mas sabe que tem alguém que a segura nos braços e alguém que amamenta e sacia sua fome, de alguma forma vejo Deus me ensinando que apesar de eu não compreendê-lo ou saber de verdade quem Ele é, ainda assim ele está sempre me sustentando, cuidando, amparando, saciando minha fome e enxugando as minhas lágrimas, dando-me colo quando me sinto só na intimidade do travesseiro. Essa alegria, a certeza que há um Deus cuidando de nós, é isso que Sofia me ensina.
Não obstante disso, a esperança trazida por ela é inigualável. É como se os nossos olhos se abrissem e descobríssemos que há um mundo melhor, há um novo amanhecer a cada dia. Perguntaram-me sobre a sensação de ser pai, minha resposta foi quase que automática: Sabe quando se tem 10 anos de idade e vocês quer muito ter uma bicicleta? Pois é, um filho é como se tivesse esse sentimento da expectativa saciada pelo objeto desejado multiplicado por 1000. É uma novidade a cada manhã, cada dia uma nova expectativa, é a esperança que se renova e se reinventa. Acho que é isso que o Evangelho produz quando se vive de fato no Reino, uma nova vida a cada manhã, um novo dia a cada momento, a esperança renovada em cada instante, em cada piscadela, em cada suspiro ou em cada olhar. Essa é a esperança que se tem quando se tem um recém nascido nos braços, e é ainda mais forte quando se trata de um filho nos braços.
Ter Sofia nos braços provoca a sensação de inquietude, um despertar pra vida renovando minhas convicções e fortalecendo meus passos. “Minha Pequena Sabedoria” traz consigo o amor sincero, singelo, puro, belo... seus olhos claros, sensíveis, me constrangem quando me encara, não entendendo quem eu sou ou o que estou fazendo na frente dela, mas sabe que estar no colinho é gostoso, quentinho e seguro.
Que Deus abençoe Sofia, sua Mamãe e seu Papai.
Rio de Janeiro, 14/09/2009
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