Mais uma nova viagem

Arrumando as malas percebi que mais uma vez viajo para o desconhecido e por mais que eu já tenha ido a São Paulo, voltar é sempre uma novidade. Não sei o porquê, mas a cidade desperta minha admiração, minha fascinação, olhar o ir e vir das pessoas e dos carros é fantástico. Estive pensando que, quem sabe eu não goste do caos, da agitação e da loucura de uma cidade grande. Sou urbano, suburbano, capitalista, gosto do barulho da sirene e das freadas bruscas dos ônibus, gosto de assistir a aflição das pessoas esperando o sinal fechar, ou melhor, o farol fechar.

Tenho um vício, o de ler todas as placas que passam na minha frente. Se for outdoor, eu leio, placa de veículo, tô lendo, e assim vai, tudo o que tem letras e números leio e o pior, ainda tento memorizar. Coisa de louco! Acho que é coisa de quem é ansioso. Preciso perguntar pra minha terapeuta essa negócio, aliás preciso achar tempo pra terapia.

Assim vou seguindo, feliz com a rotina dos aeroportos do país. Ficar na fila do “check in”, embarcar a mala (já velhinha de guerra, preciso de uma nova), entrar na sala de embarque, tomar um café ou comprar um livro novo, sentar na poltrona e cochilar. Essa rotina é gostosíssima, nasci pra isso, essa é minha cachaça, meu vício predileto. Ainda bem que não me libertei desse vício, mas tenho que admitir que a crise de abstinência foi uma loucura, até um casamento acabou por causa disso.

Mas, valeu à pena, pelo menos estou convicto que este é o meu lugar de onde eu jamais deveria ter saído, ainda mais pelo motivo imbecil que foi, enfim, viajar me faz sentir saudades e o retorno é sempre arrebatador, libertador.

Ops, tenho que ir para mais uma nova viagem!

Rio de Janeiro, madrugada, 2009.

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