A Porta

Outro dia acordei e de forma despretenciosa atravessei a porta da quarto em direção a sala e me dei conta que havia deixado pra trás a cama, o travesseiro e o edredon. Numa analogia, meio que despretenciosa, entendi, num lapso de insite, que a cada vez que passamos por uma porta deixamos pra trás o ambiente anterior e todas as coisas que compõe aquele ambiente. Às vezes deixamos pra trás não somente coisas ou ambiente, mas também somos capazes de deixar pra trás pessoas e sentimentos comuns ao ambiente anterior.


Pude então entender algumas coisas relativamente importantes e absolutamente interessantes sobre esse assunto, como por exemplo: Se tivemos uma noite mal dormida, passamos pela porta do quarto em direção a sala meio que num desabafo, ou num excesso de confiança de que o dia será melhor do que a noite mal dormida e ,por isso, temos pressa em passar pela porta do quarto e chegar em uma outra dimensão no afã de melhorar as coisas.


E assim vamos seguindo, abrindo e fechando portas, sejam as portas dos relacionamentos interpessoais, sejam as portas dos relacionamentos conjugais ou românticos, sejam as portas da relação familiar, fraterna, social ou profissional. Vamos caminhando, abrindo e fechando portas, ou até mesmo, deixando-as abertas justamente por não termos domínio de uma coisa fundamental no abrir e fechar portas: o dia de amanhã!
Você pode até mudar dos ambientes, abandonar as coisas, as pessoas e até mesmo os sentimentos, mas há uma coisa que você jamais poderá fazer que é fechar as portas do dia de amanhã, porque amanhã é sempre um novo dia e uma nova porta para transpassar.


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