Contemplação

Meu momento reticente...ainda há pouco me peguei olhando o sol da janela do escritório e fiquei pensando em como seria nossa vida sem o seu brilho. Não quero aqui entrar em questões científicas, mas apenas pensar em como o "astro rei" renova as minhas forças.

Meu momento reticente...tenho me perdido com frequência olhando as ondas do mar, percebendo como elas se formam e como elas quebram na areia. Elas vem e vão num balé quase sincronizado, mas perfeitamente percebido. O cheiro e o som do mar me ajuda.

Meu momento reticente...outro dia ouvi um pássaro cantar, e como cantava, noutro tempo ficaria de saco cheio de ouvir "aquele bichinho cheio de pena dando seus gritinhos", hoje porém, me perco buscando entender o que os leva a cantarolar melodias às vezes sem harmonia, mas cheias de vida.

Meu momento reticente...aproveito cada momento, cada instante em que posso apagar as luzes, colocar minhas músicas, beber o meu café (como bom solteiro, solúvel) e olhar para o nada, despir a mente dos pensamentos que às vezes me atormentam, sepultar os fantasmas vivos que me assombram, mas ao acender às luzes, vem a certeza de que no silêncio é mais fácil ouvir os pensamentos.

Meu momento reticente...escrever o que penso voltou a ser meu passatempo predileto, construir idéias, sustentar teses, rever conceitos e expressar em letras o que se passa na cabeça. Quanto tempo perdi, concluo hoje, deixando de escrever o que penso com medo do que escreveria, se ofenderia ou se incomodaria, construo em letras o que sou e o que desejo ser, apenas um aprendiz.

Meu momento reticente...me peguei pensando como a vida é curta e que só se vive uma vez apenas (os espíritas kardecistas vão me matar por isso). Me peguei pensando como a vida é simples, e o Márcio Duran em seu livro tem razão, pensei, como costumamos complicar o descomplicado, como destruimos construções milenares para dar lugar a "evolução" e não falo de questões físicas, falo das emocionais e sentimentais.

Meu momento reticente...parece que nunca vai acabar, percebi que a vida, de certa forma, é reticente. Ela, a vida, sempre estará em aberto para ser escrita pela "pena simbiótica" da "razo-emoção". Se escrita pela razão apenas, sufoca a emoção, se escrita pela emoção apenas, sufoca a razão; por isso, vamos vivendo e levando adiante um pouco do que construimos a cada momento em que o inexperado e imprevisível acontece.

Meu momento reticente...

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