Confissões de João Almeida Prado Junior

Por um bom tempo, estive iludido achando que ser bonzinho é o mesmo que babaca, por um bom tempo, estive iludido achando que os tapinhas nas costas eram de aprovação, e o rizinho no canto da boca era sinônimo de contentamento.

Doce ilusão, como se alguém precisasse de aprovação de outro alguém para ser feliz. Depositar felicidade em alguém é uma perda certa, parece bolsa de valores em tempo de turbulência.

"Compre aos sons dos canhões e venda aos sons dos violinos", já diriam os especialistas no assunto! Que máxima perfeitamente compatível com a felicidade.

Não quero mais ter o coração mole, quero voltar a insensibilidade forçada doutros tempos.

Destilar minha maldade sem dó e sem pena, "Viver e não ter a vergonha de ser feliz", sem cantar a beleza, mas ser um eterno neófito. Quero registrar os acontecimentos da minha vida, principalmente as desilusões, quero ter informações suficiente para não mais viver a mercê de outrem, mas de mim mesmo.

"E como Dante diz que não se faz ciência sem registrar o que se aprende, eu tenho anotado tudo nas conversas que me parece essencial, e compus um pequeno livro chamado De principatibus, onde investigo profundamente o quanto posso cogitar desse assunto, debatendo o que é um principado, que tipos de principado existem, como são conquistados, mantidos, e como se perdem."

— Carta de Nicolau Maquiavel à Francisco Vettori de 10 de Dezembro de 1513.


fonte: Confissões da vida.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Carta para um irmão!

Quebranta-me!

Palavras Dissonantes