O Peixeiro Fedorento

Tem uma coisa que está latejando na minha cabeça: “A sombra do peixeiro fedorento curava as pessoas”. Essa frase bateu fundo no meu coração e está latejando na minha cabeça. O evangelho do Reino de Deus é tão simples que essa palavra pode causar espanto em alguns, pois bem, tenham certeza disso, era realmente a sombra do peixeiro fedorento que curava as pessoas.

Simão era um pescador, homem simples, turrão, não possuía curso superior e provavelmente não completou o segundo grau técnico, hoje chamado de ensino médio. Simão era pescador porque talvez não tivesse outra opção. Morava numa colônia de pescadores e seu ofício junto com seu irmão, foi herdado de seu pai que também era pescador. Tinham um barco e dele tiravam o sustento para alimentar sua família e todos os demais que moravam em sua casa. Era um homem que só entendia de pescar, limpar peixe, vender, lavar barco, dormir e cuidar daqueles que viviam embaixo de seu teto.

Pensando friamente tentando alcançar o pensamento da maioria, posso chegar ao seguinte questionamento: “Como Jesus, o filho do Deus Vivo, pode encontrar utilidade em alguém como Simão, o peixeiro fedorento?” Olho para o mundo de hoje, tão moderno; olho para igreja de hoje, tão consolidada, e não consigo encontrar paridade entre a escolha de Jesus por Simão, e a Igreja dos dias de hoje. Não dá pra entender como Jesus, consegue encontrar alguma coisa útil num homem como Simão, sem carisma, sem postura, sem conhecimento de ciência alguma, grosso, ignorante, cheirando a peixe, unhas sujas, pés rachadas pelo sal marinho, rosto marcado pela maresia e mãos grossas e retalhadas pelos anzóis e linhas de pescaria.

Acho que a igreja de hoje não está preparada para um evangelho simples como o do Reino, temo por termos passado do ponto e se passamos do ponto, certamente apodrecemos. Aliás, peixe ofertado em excesso, já diria minha mãe, é melhor desconfiar: “Vai um lugarzinho no rebanho do pastor fulano de tal aí?!”.

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